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Cinema: Festival Periferias em Portalegre e Arronches

Francisco Alvarenga, texto

Hoje e amanhã em Portalegre. Na próxima semana em Arronches. Cinema e música num festival de cinema que celebra a sua 12.ª edição.

Didar, de 40 anos, é um poeta consumido pelo trabalho de editor num pequeno jornal do Cazaquistão, onde se escreve sobre a deterioração do país e como o interesse pela literatura, pelos livros e pela poesia se tornou algo ultrapassado. A sua história muda quando conhece a história de Makhambet Otemisuly, um poeta cazaque do século XIX, cujas críticas ao governo resultaram na sua morte em 1846, começa a reflectir sobre a sua própria história e vocação. 

Filme que já passou pelo Festival de Berlim e foi premiado Lisbon & Sintra Film Festival, “O Poeta”, escrito e realizado por Darezhan Omirbayev, estreia esta sexta-feira a programação do Festival Periferias na cidade de Portalegre.

Para sábado, 15, estão programados outros dois filmes, ambos de Sérgio Tréfaut: “A Cidade dos Mortos”, um documentário de 2011, filmado na maior necrópole do mundo, no Cairo, e “A Noiva”, estreado o ano passado, que conta a história de uma adolescente europeia que foge de casa para casar com um guerrilheiro do Daesh, tornando-se numa “noiva da Jihad”. Iremos encontrá-la três anos mais tarde, viúva de 20 anos, a viver num campo de prisioneiros no Iraque.

A programação encerra com a música do italiano Foggy Project, uma procura contínua de sons e atmosferas inspiradas na música eletrónica do norte da Europa e em ritmos que nos levam para um mundo aparentemente sem barreiras culturais e artísticas. 

O Periferias teve a sua primeira edição em 2013 e é organizado anualmente, desde então, pela Associação Cultural Periferias, em Portugal, e Gato Pardo, em Espanha.
“O projecto”, conta a organização, “nasceu de uma iniciativa cidadã, apoiada pelo município de Marvão desde o primeiro momento, e cresceu graças ao apoio de patrocinadores e colaboradores diversificados”, apostando em “contribuir para uma efectiva descentralização cultural”.

Em Arronches, a programação arranca na próxima terça-feira, dia 18, com “No País de Alice”, de Rui Simões, e “Rayana”, curta documental que é resultado de um processo participativo promovido pelo Coletivo Cala que, através de uma série de encontros com quase 20 mulheres entre 30 e os 80 anos, vem refletindo sobre a situação da mulher no passado e no presente em esta área de fronteira entre Portugal e Espanha. 

Depois, no dia seguinte, o grande écran vai encher-se com as cores de Angola com “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, uma história de amor, pulsações dos laços inquebráveis da maternidade, e uma canção de esperança num mundo melhor que nenhuma guerra é capaz de destruir. Não por acaso, Alberto Mundi, músico e compositor angolano, irá encerrar o festival. Acompanhado da sua guitarra, harmónica, percussão e voz, reinterpreta os ritmos tradicionais da sua terra e traz-nos o som da África Ocidental.

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