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Política: Comunidade do Alentejo Central a “ferro e fogo”

Luís Godinho (texto) Gonçalo Figueiredo (fotografia)

A marcação, pelo PSD, de reuniões descentralizadas fez estalar o verniz. A primeira deveria ter decorrido em Reguengos de Monsaraz, mas PS e PCP faltaram e não houve quórum. Partidos trocam acusações.

O PSD acusou o PS de estar a “bloquear” o funcionamento da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (Cimac). Em causa está a ausência dos socialistas, bem como dos comunistas, na reunião da Assembleia Intermunicipal que se deveria ter realizado na passada quinta-feira, dia 9, em Reguengos de Monsaraz, o que não sucedeu por falta de quórum.

Segundo Francisco Figueira, presidente da distrital de Évora do PSD e líder da bancada social-democrata na Assembleia Intermunicipal, “a atitude dos eleitos do PS impediu a aprovação” de diversos documentos, entre os quais as contas consolidadas da Gesamb, alterações ao orçamento da Cimac deste ano, bem como documentos previsionais para os próximos quatro anos, tendo ainda “impedido” a eleição do secretariado executivo.

“Boicotando a realização da reunião em Reguengos de Monsaraz, o Partido Socialista chantageia as populações do distrito de Évora, pondo em causa o regular e normal funcionamento da sua Comunidade Intermunicipal e os projetos que dela dependem”, acusa Francisco Figueira, lembrando que estas matérias tinham sido aprovadas pelo Conselho Intermunicipal, formado pelos 14 presidentes de Câmara, sendo “incompreensivelmente boicotadas pela falta injustificada dos eleitos do PS no órgão deliberativo”.

Presidente da Federação de Évora do PS, Luís Dias fala na existência de um “ponto de rutura” e acusa o PSD de, ao fim de dois anos, ter decidido “colocar em causa aquele que era o acordo que tinha sido estabelecido para todo o mandato”. Tanto o PS, acrescenta Luís Dias, como a CDU, “não nos revemos nessa postura de andarmos a alterar acordos estabelecidos”.

Em causa está a marcação pelo PSD, que preside à Assembleia Intermunicipal, de uma reunião descentralizada deste órgão para o concelho de Reguengos de Monsaraz, sem a concordância do PS nem do PCP.

Esta atitude, prossegue o presidente da Federação socialista, “é de uma absoluta vergonha e talvez de um desprezo democrático atendendo que o PSD não tem maioria nenhuma na Cimac, nem a maioria dos eleitores, nem a maioria das câmaras, e quer impor regras a seu belo prazer, mudando as existentes no momento que lhe parece mais oportuno”.

Já o PCP, em comunicado, acusa os social-democratas de, com a marcação da reunião “ao arrepio do regimento em vigor”, procurar “instrumentalizar politicamente este órgão, tentando impor a realização das reuniões da assembleia fora da sede” da Cimac.

Garantindo que as forças políticas representadas na Assembleia não foram previamente ouvidas sobre esta decisão, os comunistas acrescentam que a realização de reuniões descentralizadas consta do novo regimento, que ainda não foi aprovado.

“Mais grave é o facto de um responsável politico do PSD ter publicitado na sua página pessoal nas “redes sociais” a realização da reunião em Reguengos de Monsaraz, como se de facto tivesse havido um consenso sobre tal matéria”, concluem os comunistas. 

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